25.9.17

015








Eu sempre detestei ele. Para a minha total infelicidade, era filho da melhor amiga da minha mãe, e em todas as malditas férias e nos malditos feriados, bingo, estávamos juntos. Ele até prestou um serviço à minha vida. Me ajudou com “defesa pessoal” de forma prática, porque nós sempre caíamos no braço.

Certa vez, tentamos ser amigos. Era meu aniversário e ele me deu um presente. Forçado pela mãe, coitado. Ele me abraçou por trás e, depois disso, eu achei que estava grávida. Eu ainda nem tinha menstruado nessa época. E, né? Sofri meses esperando o filho que, por um milagre, não veio. (Ou o milagre seria se viesse…) As brigas continuaram, infância, adolescência etc.
Tentamos novamente bem mais tarde, de verdade dessa vez (leia-se pegação feroz). Desistimos no meio do caminho, antes de começar, na verdade, porque, adivinhem, brigamos. “Mas a culpa foi toda sua, eu tentei e blá-blá-blá.” Paramos. A gente continuou se odiando.

Cem homens.

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