Bate-fofa

Estava na estrada indo fazer show com a rapaziada da banda, Adryana ficou em casa. Meu amigo EdMottaTatuado, muito comedor, falou que Valentina, uma amiga dignidade dele viu uma foto minha no insta dele e estava querendo me dar. Leonino como sou, não me abalei frente ao convite no face e fui logo puxando assunto com o projeto de beldade. “Você é pisciano?” já veio ela metendo esse papo interessante paca. Não fosse seu olhar de vagaba a la Monica Mattos, a conversa morreria ali.

“Não, sou leonino”. “Anão, anão, leonino não, nem fala comigo mais”. Ela parecia estar em negação, não compreendi muito bem “isso é mesmo relevante pra você falar comigo?” perguntei sem acreditar naquele papo e ela perguntou se eu podia responder algumas perguntas. Disse que sim e já sabia que viria fumo… E de rola! Ela prontamente me mandou o tal questionário [no final do conto], gostei. Achei sensacional, além de traçar um perfil, dava pra saber se a pessoa tinha senso de humor.

Fui o mais honesto possível, só disfarcei, pra não ser muito incisivo, a pergunta sobre Legião, suavizei dizendo que não era muito fã, mas descobri que a pergunta era uma pegadinha e, assim como eu, ela também detestava. Ela ficou tão erecionada com minhas respostas que prontamente nos autodeclarou um trisal, me colocando em um grupo de respeito no zap com Credis, intitulado “Bate-ogro”, seguido de muitas declarações de “eu te amo tanto, Leonino!”.

Logo enviei também um questionário [no final do conto] pra ver qual era a delas e resolvi perdoar a falta de tato para iniciar uma conversa, pelo olhinho amendoado, talvez ela tivesse algum distúrbio cognitivo, só não ia perdoar na madeirada, bate-ogro de raiz que sou. É, Libriana aguada filha da puta, vai tomar muita vara pra acabar com essa graça pro meu lado, eu pensava.

Libriana me convidava para o pente quase todos os dias, das formas mais discretas e insinuadas “me come hoje, Leonino” / “Me estraga” / “É hoje que você vai me deixar sem andar?”. E eu só disfarçava, culpando minha dupla jornada de professor e amigo dos músicos. Até que, em um belo sábado, de tanto fazer malabarismo no sinal da Presidente Vargas com baquetas pra ganhar um extra, acabei ficando com minhas companheiras de ménage prejudicadas, a direita e a esquerda e cedi às investidas de Valentina.

O primeiro baque já veio quando fui buscá-la em casa. Pelos nudes profissionais, ela parecia um mulherão, mas me deparei com um farrapinho de gente de metro e meio e pouco mais de 50 kg. No lugar das tetas, um modesto par de azeitonas. Ainda bem que eu gosto. No ato entendi o porquê dessa pergunta no questionário. Marota demais. Comecei a me preparar para o que motivara a pergunta do bacalhau.

Mal chegamos no motel, ela fez cara de sedução e me falou que estava com um puta de um chulé que não saía desde que estava trabalhando de sapatilha. Me deu aquele moderado arrependimento no coração, isso que dá se meter com gente que tem subemprego. Praguejei EdMottaTatuado, nada de bom poderia vir daquele espécime tão peculiar de ser humano. Abracei a causa, perto daquele princípio de roquefort, o bacalhau até que combinou, um fundo amargo se mesclando ao sabor acidificado.

Empunhei meus três metros de pica e ela rapidamente abocanhou no maior talento, não sem antes comentar “Que grosseria, hein, Leonino?!”. Muito engraçadinha, em alguns momentos era como comer uma versão feminina remediada do Ary Toledo, mas como estava muito bom, abstraí. O boquete estava aumentando meu tesão de um jeito que não dava pra segurar, virei ela de lado e sapequei a excalibur. “Assim não… Aaahn… Assim não vou conseguir fazer conto” / “Hmmm… Não acredito que tô te dando à toa”. Cada gemido era intercalado desse tipo de frase, embarquei na dela e falei “o gemido real é bem melhor que o fake, mas você vai decepcionar Credis agora! #nãovaiterconto” e cada estocada, quanto mais funda e bruta, gerava mais comentários “#vaitercontosim” / “#nãovaiterconto”, rapidamente viramos trending topics.

Estava difícil de saber o que estava melhor, a negação dela pela madeirada digna ou as reboladas que ela dava ensandecida no meu pau. Valentina voltou a me chupar e gozei naquela boquinha de libriana com vênus em virgem e mercúrio em libra, e toda aquela propaganda de bate-ogra, ratona do gueto, começou a desmoronar ali. Notei a porra vazando discretamente, mas ela não se preocupou em disfarçar, de boca cheia, sem nenhuma educação, falou “com todo o respeito, vou cuspir” e assim o fez, na pia. Fraca. Ainda teve a cara de pau de alegar que ardia a lente de contato (???).

Virei Libriana de quatro e meti brutalmente nela, puxando o cabelo e espancando a rabiola. As reboladas estavam anda mais caprichadas e gozei nas costas dela. “Eu sou bate-ogra ou bate-fofa?” Não quis ser indelicado e desviei do assunto, falando que não era bate-fofa, que tem mulher que acha que dar é só abrir as pernas, mas ela pareceu ter entendido o recado, que uma assertiva não necessariamente invalida a outra.

Tomei banho com minha própria toalha que, sempre muito precavido, levava comigo, de contaminados já bastavam aqueles pés e sovacos castigados. Libriana embolsou uma toalha, vacilei com o pequeno furto, mas não quis estragar seu nobre enxoval composto integralmente por pertences surrupiados dos mais diversos motéis do Rio de Janeiro.

Questionário de Credis e Valentina, vulgo “Proposta de adesão para coito”

1- Qual é o seu posicionamento sobre as privatizações?

2- Anitta ou Elis Regina?

3- Escolha dois para um ménage: FHC, Lula, Dilma, Aécio, Bolsonaro, Jean Wyllys, Jandira, Maria do Rosário e Marina Silva.

4- Qual é a sua música favorita do Legião Urbana?

5- Disserte sobre a franquia Piratas do Caribe.

6- Qual parafilia define a sua vida amorosa?

7- Em quem votou nas últimas eleições presidenciais (primeiro e segundo turnos)?

8- Você gosta de azeitona? E de bacalhau?

9- Você baseia suas opiniões em posts do Tico Santa Cruz?

10 – Bate-fofo ou bate-ogro?

Questionário enviado para elas

1 – Qual seu super-herói favorito? Por quê?

2 – O seu trabalho é a atividade que te dá mais prazer e motivação no dia a dia? Se não, qual é seu hobby favorito e qual é a importância dessa atividade na sua vida?

3 – Você acredita que a posição dos astros no dia de seu nascimento é o que determina alguns traços da sua personalidade?

4 – Qual o real motivo das perguntas que você me fez (se é que existe algum)?

5 – Vamos sair pra nos conhecer e bater um papo pessoalmente?