25.9.17

The beauty and the beast for you

Bela era uma jovem que passava seus dias lendo e pesquisando outras culturas na aldeia em que morava. Para suas siriricas interculturais, cada um de seus penetrantes levava o nome de uma terra longínqua que almejava conhecer. Ela não deixava, mas o Bangladesh, era muito Gabão, vinha pedir o Kuwait, queria liberar o Butão com muita Gana com a potência de uma Granada e por aí ia. Essa era sua maneira de fugir da rotina imposta pelo pequeno povoado em que crescera. 


Assim, seu melhor amigo era Pitágoras, o senhor já de idade que era livreiro; com ele, Bela passava suas tardes conversando sobre sociedades remotas e outras terras que tanto desejava explorar. Ela sabia que havia algo além daquele pequeno mundinho da aldeia, porém, embora quisesse lutar, sabia que estava fadada a seu destino: casar-se com Caçulinha Meteoro da Paixão, o gogoboy mais forte, desejado e trabalhado na trembolona da aldeia.
Certo dia, Caçulinha Meteoro da Paixão chegara de uma maratona de orgias extremamente ofegante, todo suado, lavado a óleo e empunhando seu porrete de módicos 29,5cm, grossura proporcional, o mais bem-dotado do povoado.
– O que está havendo? – questionou Bela.
– Lamento ser arauto de más notícias, bela gazela. Seu pai se perdeu durante uma expedição e acabou preso no castelo da temida Fera.
– No Castelo da Fera? Por Nietzsche! Como ele foi parar lá, nobre rapazote?
– Soube que ele estava indo à Argentina fazer a EXUMAÇÃO da tia com um amigo de infância, de alcunha Cabrito.
– EXUMAÇÃO uma ova! Essa é a desculpa que aqueles dois sempre usaram quando estavam indo atrás de rabo de saia! Por Adorno!
– Acalme-se, Bela. Eu mesmo lutarei com a Fera. E morrerei em nome da vida de seu pai e de sua honra, se preciso for.
– Meteoro, fala sério! Ontem mesmo ganhei de você na queda de braço, Schopenhauer tenha piedade! Se depender de você, Papa morrerá à míngua. Eu merma vou dar uns cacete nesse filha duma puta.
Caçulinha Meteoro da Paixão ficou atônito com tais palavras. Apenas pôde resignar-se; deixou seu falo em riste para que Bela descesse o mais fundo em sua ampla e acolchoada garganta de putinha fácil e tomasse toda sua seiva, e dela extraísse a coragem e a testosterona residual para lhe conferir a força necessária para seguir sozinha e, então, rumou de volta a seu empreendimento comercial. Recentemente descobrira uma pequena semente avermelhada de sabor adocicado e ele estava testando diferentes maneiras de prepará-la que se tornasse comercializável. Apesar de ser um grosseirão, também ele almejava desbravar novos horizontes, principalmente o horizonte verticalizado da mata atlântica de Bela, aquela diliçia.
Bela montou em seu OVNI, era como chamava o curioso artefato recém-adquirido no “Vassouras de Segunda Mão”, em visita ao Beco Diagonal. Ela e OVNI tinham se tornado companheiros de aventuras inseparáveis; além de transportá-la rapidamente a qualquer canto enquanto sentia o vento nas MELENAS, ela ainda utilizava OVNI para fins sexuais – sua parafilia era pau de phyníçima espessura -, penetrando completamente sua parte rígida em seu BURACO DE MINHOCA, apelido conferido à sua xotislady por Meteoro. Uma ironia pelo fato de seu porrete jamais ter conseguido penetrar aquela tão pequena abertura. Em todas as tentativas, o máximo que conseguiam era a MELENA em estado coloidal que descia sem dó no dia seguinte do nobre buraco de cagar de Bela.
Chegando ao castelo, estranhos objetos que falavam a receberam.
– Pode parar a palhaçada. Tratem logo de chamar o esquisitão do dono de vocês que eu vou ter um papo reto com esse arrombado.
Assim que Bela acabou de proferir tais doces palavras, Fera apareceu atrás dos objetos, carregando Papa a tiracolo.
– Modere este palavreado, Bela. Você é mulher. E como mulher será tratada. A cozinha, seu habitat natural, já está toda preparada para lhe receber. Realizarás a cocção de uma refeição leve semelhante a buchada de bode.
Bela chegou a abrir a boquinha de veludo, porém foi interrompida pelos objetos falantes que a amarraram e a levaram até um calabouço análogo ao quarto vermelho de Christian Grey. Ao chegar, foi informada pelos objetos que toda sorte de tortura se acometeria sobre ela naquele ambiente hostil, desde ser obrigada a assistir ao filme cult de cabeça MENINAS MALVADAS via Netflix, legendado por Gort, até olhar para Boto segurando uma ESFIHA DE CARNE e somente poder contemplar ambos, ela jamais teria qualquer um dos dois.
– Boto tudo bem, mas a ESFIHA DE CARNE… Não sei se poderei suportar isso, ainda mais agora que descobri que a Casa Pedro aceita os dois tipos de VR…
Os objetos rapidamente confessaram à Bela que eram todos prisioneiros, loucos sonhadores; bem como Fera, tinham sido imputados àquela condição devido a uma arte de macumbaria de uma terrível bruxa, de alcunha Müller Q’Çab Hoque’Q, mas antes que pudessem lhe contar toda a maldição a que foram submetidos por Müller Q’Çab Hoque’Q, Fera surgiu, até que era bonito, dando uns traços com Marcos Pasquim, percepção esta que causou ligeira coceirinha bacural em Bela, não era tesãozinho, era cândida albicans sistêmica.
– Minha cara Bela, a nobre princesa sabe em que se assemelham “pau” e “opinião”?
– Temo não saber esta resposta, meu senhor.
– Ambos mulher não tem.
Assim que Fera proferiu tais palavras pôs-se a dar uma risada assustadora “hehehe”, que Bela não ousaria reproduzir nem em seus piores naitemer pesadelos.
– Fera, por Comte! Você pode me amarrar, você pode me sequestrar, você pode destruir toda a minha linhagem, mas você jamais poderá roubar a  minha opinião e é por isso que eu não tenho medo de você nem de ninguém – disse Bela se levantando com dificuldade devido às amarras que a acorrentavam a um grande X de São Cipriano.
Os objetos se encolheram juntos com medo da reação de Fera.
Porém, em vez da violência costumeira, Fera pareceu refletir naquelas palavras.
– Você é uma presa interessante, pequena Bela – a Fera circulava ao redor de Bela como se saboreasse cada palavra. – por isso vou lhe dar uma pequena escolha. Liberto Papa em troca de sua escravidão eterna. O que me diz?
– Liberte meu pai. Não importa o que fará comigo. O meu Sartre é o Sartre do impossível!
Fera deu uma profunda e assustadora gargalhada “hehehe”.
– Cuidado com vossas palavras, mocinha.
Fera tirou um artefato alimentício do bolso e saiu, antes de fechar a porta; Bela reparou que se tratava de uma CLAVÍCULA recém-colhida, ao Barbecue, prato típico das redondezas com forte teor simbólico, representando a dominação do PATRIARCADO enraizado naquela cultura, sobre as pobres donzelas, aludindo ao mito cristão da costela de Adão de onde Eva fora feita.
– Fala sério, que babaca! Ele precisava experimentar a panqueca da Deusa que minhas companheiras do coletivo fazem. Iguaria pra esse tipinho macho hetero opressor dele.
Os objetos não compreenderam bem o que aquilo significava, mas se puseram a explicar que aquilo não daria certo, Fera precisava de alguém que lhe mostrasse que era possível amar.
– Vocês só podem estar de sacanagem! Não vou abraçar essa causa.
– Mê quê palavreadô é ê cê? – disse Horloge chocadx. – Estamô sob estê condiçã justamentê porquê Müller Q’Çab Hoque’Q no sabiê amê e viê o mesmê em Ferê. Parê castigá-lê, o transformê, enfeitiçandê tambê ê todê nô.
– Müller Q’Çab Hoque’Q parece ser muito boa com feitiços! ‘Será que você enfeitiçou a mim?’, eu perguntaria a ela, se a encontrasse. Mas, apesar de tê-los achado top, lamento não poder fazer nada, sou apenas um ser humano, não uma panicat.
Os objetos ficaram desanimados, mas tinham um plano. Fariam Bela e Fera se apaixonarem, nem que isso custasse todo o estoque de Midazolam que Fera estocava no castelo para suas competições de Corrida da INJEÇÃO LETAL em Anões, prática deveras apreciada por todo o reino para tentar salvar a espécie da praga do nanismo disseminada por Müller Q’Çab Hoque’Q.
Os objetos viram no face que o best de Bela era Pitágoras e logo forçaram uma abordagem, conclamando-o para auxiliar na empreitada. De início ele ficou receoso, conhecia Bela muito bem para dar preciosas informações sobre ela de mão beijada, mas ao saber que Fera era na verdade um tipão raro e paradoxal bem-sucedido com ares de humanas, direitista e culto, logo piscou, parecia o par perfeito para sua cândida albicans pupila.
 – Tenho um teorema, espero que possa ajudá-los.
O TEOREMA DE PITÁGORAS consistia no seguinte: se pudessem provar que era verdadeira a afirmação de que Fera era mesmo um tipo baiano, ariano bem-apessoado, leitor de Hemingway e fã de Calcinha Preta, então seria verdade a afirmação de que bela se apaixonaria por ele. Ele se uniu aos objetos e eles se puseram a criar situações em que Fera e Bela pudessem conversar e se conhecer melhor.
– Por Feuerbach, Fera! Aprecio Gusttavo Lima e você?
 E assim seguiam as conversas. Logo a síndrome de Estocolmo de Anastácia Bela foi se manifestando e ela ficando completamente apaixonada por Fera, sua pegada era fenomenal, lasciva. Mas ela jamais se renderia aos ditames da sociedade patriarcal e, ainda que Fera se convertesse em um esquerdomacho, ele ainda seria XY, lógica e congruência são o mote do movimento feministx, portanto ele jamais seria digno de tocá-la.
 Como um acaso do destino, Caçulinha Meteoro da Paixão estava muito bem-sucedido em seu empreendimento, ele descobrira que aquela frutinha fazia uma bebida dos deuses, a qual batizou de GUARANÁ CAÇULINHA, uma medida era suficiente para se perder uma noite de sono e precisamente naquele dia ele visitou as terras de Fera comercializando o produto. Bela, sem se fazer de rogada, virou logo 3 para ficar ligadona, se aproveitou do sono de Fera e tascou-lhe Midazolam, enquanto arrancava dele as mais íntimas confissões, desde o uso dos espartilhos de Bela, comprados no Saara em liquidação, até o gosto por comer bolas de meleca que cultivava desde a infância. Além das potentes bufas que soltava em estado de sono semicomatoso, tudo aquilo tocou fundo no coração de Bela, que, de vez, percebeu que ele se tratava de um ser humano.
 Apaixonada, lhe beijou e viu a magya acontecer. Ele começou a se transformar em um príncipe lindo demais, uma mistura de Juca Chaves com Lucas Siqueira, Pablo Costa e a Velha Surda, da Praça é Nossa. Sade no comando, que homem! Sem poder mais se conter, Bela revelou:
– Fera, estou completamente apaixonada por você, mas jamais me rebaixarei ao patriarcado.
– Que patriarcado o quê?! Tá maluca?! Aqui é só pautriarcado, todos os dias! – disse Fera já jogando Bela de quatro. Uma lágrima de felicidade escorreu de seu rosto ao perceber o diminuto falo de Fera, exatamente do jeito que tanto gostava e, levando aquelas estocadas profundas de rola no mais fundo de sua beirolinha da entrada vaginal, Bela teve a certeza de que aquele era o mundo que ela tanto ansiava por conhecer.
Tema: patriarcado.
Palavras: clavícula, Meninas Malvadas, OVNI, esfiha de carne, exumação, melena (em ambas as acepções), buraco de minhoca, guaraná caçulinha, teorema de Pitágoras e injeção letal.

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