25.9.17

Cálculo 69

Para preservar sua identidade, o chamarei de Guilérrme. A primeira vez que vi Guilérrme, na UERJ, fiquei completamente molhada. Ele trajava uma calça social ajustada ao corpo que marcava ligeiramente o instrumento de trabalho, uma camisa social listrada de azul e branco e puxava só com um braço uma retroescavadeira. Fiquei extremamente umedecida com a virilidade daquele homem e também um pouco preocupada, logo me ofereci para auxiliá-lo a subir pela rampa, mas ele me disse que estava acostumado e que preferia pela escada mesmo, dava mais emoção.
“se eu te pegar te empeno igual a uma senoide” falei logo tentando parecer descoladona, ele deu um risinho de deboche e devolveu a cantada, pelo menos eu acho, “queria torcer esses peitos igual a um torquês”, fiquei meio sem entender, mas me pareceu positivo e lancei “aí, seu parafuso na minha broca mais tarde, vai?” “vai” mal podia conter minha lubrificação que, nesta hora, pude notar que havia feito uma poça que ia até uns manifestantes no final do corredor do 11º andar que levantavam cartazes com palavras de ordem, organizados por um professor que lembrava uma versão mais alta de deleuze, só que de óculos, os olhos e os cabelos também não pareciam muito, e tinha leve barba e bigode.
Guilérrme era muito decidido e curtia loucuras sexuais, foi logo falando que não esperaríamos o ocaso, mas faríamos mesmo um sexo da alvorada, encostou a retroescavadeira atrás de um grupo de feminazis seminuas e me puxou pra cabine ali mesmo. Bambeei. Fiquei receosa de ele me confundir com uma das manifestantes, eu estava meio Claudia Ohana, mas a vida é isso, já fui logo mostrando a que vim, o segurei pelos cabelos e enfiei a cara dele na minha mata atlântica, entrando no espírito do protesto em uma vibe Greenpeace.
Guilérrme me debastou sem dó com sua língua, enfiou os dedos na minha buceta como se fosse uma cavadeira, em dado momento até parecia um exame de papanicolau, mas estava ótimo, aquele homem sabia o que fazia! Eu caí de boca no pau dele, e que pau! Se assemelhava a um grifo, delicioso! Isso me deixou ainda mais molhada! Chupava ele inteiro e já não podia mais esperar para conhecer a pressão daquela britadeira! Ele me jogou no volante, de costas pra ele, puxou meu cabelo e sussurrou bem sexy no meu ouvido “agora você vai conhecer o poder da minha maquita!” “que homem!” eu não parava de pensar!
Só que demorou um pouco, me virei pra ver o que estava acontecendo, e vi que ele estava cortando uns azulejos. “oi???” “ah, desculpa, estou com trabalho atrasado”. Esperei. Aproveitei para, neste ínterim, ter uma reunião com meu orientador que estava pelos protestos, mas ele estava muito ocupado fazendo postagens que mudam o mundo no facebook e fiquei curtindo posts da página Bolsonaro Zuero.
Guilérrme finalmente terminou o “selvisso” e voltou pra mim, eu ainda estava completamente acesa por ele, “finge que sou sua marmita, meu pedreirão” ele ficou louco quando ouviu essas palavras, cravou com força tudo dentro de mim e me comeu com o mesmo talento com que o Sergio Naya construiu o Palace II – devastador! Gozamos mais líquido do que o necessário nas tentativas de apagar o incêndio do Edifício Joelma. Mas que homem! E aquele mastro não abaixava, aquilo me deixou com mais fogo do que o Museu da Língua Portuguesa.
Não ia deixar assim, não, dessa vez sentei de cu na piroca dele, de frente, encarando ele “vai, me chama de transportador de concreto e me revira todinha!” ele deu três tapas na minha cara, me segurou pelo pescoço e lançou “me chupa igual a uma bomba de mangote que vou gozar nessa carinha de humanas-bolsonete“ e assim, bem obediente que sou, o fiz.
Ele gozava muito, mais uma coisa que me deixou maluca naquele homem. Quando finalmente paramos, caiu a ficha de que ainda estávamos no hall do 11º andar, e já era quase meio-dia, estava muito cheio de gente ali!!! Mas, como era andar de humanas, os transeuntes ao redor entenderam que era performance e fomos muito aplaudidos, meu orientador mesmo, com lágrimas nos olhos avermelhados pelo excesso de erva, rasgou minha dissertação e disse que aquilo já era mais do que suficiente para eu obter até o título de livre-docente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário