Sempre fui uma pessoa muito questionadora das imposições sociais e, assim que ingressei no curso de Antropologia, na UFRGS, tudo isso veio à tona. Lá, já no primeiro período, montei um coletivo com outros estudantes para lutar na defesa das minorias, regada a muita maconha com conversas sobre Carlos Marcos. Nosso coletivo optou por se desprender da opressão da propriedade privada e passamos a morar em um acampamento que montamos no campus.
Foram tempos difíceis, vivíamos a base de LASANHA de micro-ondas que pedíamos pras tias da limpeza esquentarem e CERVEJA POLAR, como bons gaúchos que somos apegados a tradições. Lutamos por longos tempos para sobreviver nestas intempéries e, quando já não era possível mais nos esquivarmos da labuta pelo capital, tivemos uma ideia de começar a viajar pelo Brasil vendendo nossas artes empoderadas, como a panqueca da deusa, o pão fermentado com cândida albicans e o frozen de LÍQUIDO AMNIÓTICO advindo de partos humanizados. Em paralelo à venda das artes, criamos um TEATRO DE FANTOCHES da desconstrução, para lutar contra os preconceitos há muito arraigados no seio social através do elemento lúdico.
De início, nos restringimos à região Sul, visitando as proximidades, que eram os lugares para onde as milhas acumuladas das viagens pra Europa de nossos pais nos permitiam ir, mas a nossa linda iniciativa foi lacradora com ascendente em tombamento e logo começamos a ficar conhecidos no Brasil inteiro. Não demorou muito para que fôssemos para o Rio de Janeiro, cidade que eu sempre quis conhecer, porque dizem que tem muitas lindas vítimas sociais.
Em uma de nossas intervenções, conheci uma bolsonete, a Valentina. Apesar de ter esse defeito repulsivo, ela era a pessoa mais linda que eu já tinha visto na minha vida. Assim que a vi, tive uma ereção que raspou minha cueca da base ao elástico – meu falo não é muito avantajado, se assemelha mais a um bis de chocolate branco -, fato que fez com que eu percebesse, inclusive, que havia um furo na cueca e eu precisaria remendar.
Travei uma calorosa conversa com Valentina sobre os direitos das minorias e a conversa foi tão producente que ela se abriu para experimentar vários de nossos produtos, além de se oferecer para ajudar no teatro. Valentina era atriz e, por isso, apesar de coxinha, estava acostumada com situações análogas de luta contra a opressão, tais como ficar muitos dias sem banho, não ter emprego formal, ter dreads naturais e um olhar levemente vesgo em função do excessivo consumo de entorpecentes.
Logo ela começou a nos ajudar em toda nossa luta pelas terras cariocas e nossos laços se estreitaram. Meu tesão por aquela mulher só aumentava, mas eu não sabia como abordá-la sem me tornar um macho hetero opressor e comecei a contar com a ajuda do oculto. O Oculto era um amigo meu desde os tempos do colégio que mexia com macumbaria e coisas do tipo e ele me indicou uma simpatia infalível para possuir aquela mulher. Consistia em juntar, em uma CAÇAROLA, uma cueca minha, duas baforadas de um camarão orgânico, uma vela de sete dias retirada de um cemitério e um OB usado por ela.
Esse foi o mais fácil, ela já estava esquerdando com a convivência e se tornando adepta paulatina do free bleeding, não era raro de se encontrar OBs abandonados em algum canto. Fiz todo o preparado, jogando uma garrafa inteira de groselha em cima para lacrar, segundo Oculto me disse, e devia largar o despacho em um ponto alto da cidade, chegando lá com sacrifício. Mas não poderia ser um ponto qualquer, tinha que ser um ponto relacionado à espiritualidade. Subir a escadaria da Penha de joelhos era pouco, então eu escalei a ARQUIDIOCESE de São Sebastião até o topo e lá abandonei o ebó, sem olhar para trás.
Na descida, já podia sentir a vibração do amor daquela mulher por mim nascendo, mas era só meu iphone tocando. Sim, meus caros, era uma mensagem dela! Pra minha sorte ou por mover de Jeová, além de incrível ela era muito direta, e me convidou para ir naquela noite mesmo a uma boate de balada liberal nas proximidades. Latejei. Eu nunca tinha ido a nada parecido, mal cheguei e já tinha certeza de que lá era o melhor bar do mundo. Vídeo pornô rolando, muita gente pelada pra tudo quanto era lado e um show de strip que se iniciava pra deixar todo mundo no grau. Mas mal pude ver o show. Não sei se foi a amarração do amor, mas aquela mulher me agarrava tão sedenta que parecia até uma sobrevivente do VIETNÃ, ela me beijava de maneira voraz, puxava meus cabelos longos de maneira brusca e se pendurava em mim fazendo posições inimagináveis, mais parecia um contorcionista do CIRQUE DU SOLEIL.
Não aguentei! Arrastei ela até o dark room, só levantei sua saia minúscula e meti vara. Aquela buceta parecia que ia me engolir inteiro! Que mulher profunda! Manjava de Heidegger, Schopenhauer e Durkheim como ninguém! Que cultura… Fúngica! Não parava de gritar “Mete a dita dura nessa proletária!!! Deixa eu sentir a sua mais-valia!!” e rebolava na minha piroca como se tivesse sido atingida por uma bomba de efeito moral. Não aguentei e gozei, cravei o mais fundo que pude e gozei tudo dentro daquela urna eleitoral. Ela gritou e percebi que tinha gozado também.
Assim que tirei meu pau de dentro dela, reparei que sua buceta parecia uma TAPIOCA de shiitake com catupiry recém-colocado, caí de boca, chupando de volta toda minha porra. Aquela foi a foda top one da minha vida, eu não podia enganar aquela mulher e acabei contando o que tinha feito para que ela ficasse comigo. Ela deu uma gargalhada e me disse que tomava uma espécie de contraceptivo opressor que cortava o sangramento e o OB não era dela, mas provavelmente de alguma das meninas do coletivo.
Assim que tirei meu pau de dentro dela, reparei que sua buceta parecia uma TAPIOCA de shiitake com catupiry recém-colocado, caí de boca, chupando de volta toda minha porra. Aquela foi a foda top one da minha vida, eu não podia enganar aquela mulher e acabei contando o que tinha feito para que ela ficasse comigo. Ela deu uma gargalhada e me disse que tomava uma espécie de contraceptivo opressor que cortava o sangramento e o OB não era dela, mas provavelmente de alguma das meninas do coletivo.
Fiquei sem chão, elas eram mais peludas que um resultado de cruzo entre Chewbacca e primo It e naquele momento percebi o rumo que minha vida estava tomando. Definitivamente, não era aquilo que queria pra mim. Sempre quis lutar pelas minorias e percebi que a principal minoria de minha vida estava relegada, meu nobre falo. Aproveitei que durante o coito Valentina soltava frases como “faz o que quiser comigo” e a pedi em casamento, meio sem jeito, ela acabou por aceitar, sua frase de foda de efeito a traíra. Me mudei para o Rio de Janeiro e hoje vivo a plena realização do direito da minha minoria, que é estar dentro de todas as cavidades daquela mulher empoderada.
Desafio das 10 palavras.
Desafio das 10 palavras.
As 10 palavras eram: Cerveja Polar, Teatro de fantoche, Vietnã, Cirque du Soleil, Tapioca, Arquidiocese, OB, Caçarola, Líquido amniótico e Lasanha.
Tema: Defesa de minorias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário