25.9.17

Epitáfio

Livre, uma borboleta de asas tortas
Fugida do seu leilão de estimação
Às moscas, o fio de devaneio não nego
Mas evidente é a ferida que seca

Se em resquício de torpor me pego
É o meu vestígio errante que peca
Nas insistentes grades que já se vão
Cigarras desafinadas e esperanças mortas
Pousado, um pássaro com coração de leão
Vertendo veneno em dor, escorpião
Do antigo desejo que fechou sua porta
Nenhuma fera é domesticada em vão
De todos os planos que a vida aborta
Pouco importa o que a aorta já não corta

69 sonetoS de sexo e amor rimando com dor

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