Em referência ao seu talento peniano, o chamarei de Oscar. Ele era o diretor de uma cia de dança em que eu acabara de entrar e já fui logo ficando esperta vendo o que me esperava. A academia em que trabalhávamos ficava um pouco afastada da cidade, e a iluminação era precária, feita a lampião. Na primeira semana, faltou gás durante a aula, no ato, ele foi me rebocando até um canto, me jogou ali e ficou segurando meu braço. “Oscar, tem alunos na sala!” / “não interessa, vou te traçar agora!”. Aquilo me deixou piscando de um jeito… Mas disfarcei, fiz uma cara bem séria fingindo que não tinha gostado e me esquivei.
No dia seguinte, mais provocação gratuita, ele já apareceu bem sexy com uma calça cor de diarreia de neném marcando a jeba combinando com uma camisa amarelo-ovo fluorescente marcando o panceps protuberante. Fiquei sem saber se a vertigem que sentia era pelo tesãozinho ou pela secreção que meus olhos produziam automaticamente pelo efeito daquele excesso de cores. Logo afastei os alunos epiléticos da sala e iniciei a aula revendo os passos da semana anterior. Mas fui impedida por ele, que já lançou a mão na minha bunda falando “o passo está errado, vem aqui pra gente demonstrar”, aproveitou o ensejo e me lançou uma encoxada nunca d’antes vista. Que pau era aquele? Não aguentei e dei uma pegada de leve naquela enormidade, e pude notar que era um pacote de Trakinas, sentei num canto e fiquei comendo enquanto ele deu prosseguimento à aula.
Após as aulas, durante nosso ensaio na companhia, eu fui amenamente dar uma mijada, ele já veio atrás de mim. “Oscar, você sabe muito bem que eu namoro o Cássio, todo mundo aqui conhece ele…”, mas ele fingiu ignorar essas palavras, lançou a mão pesada na minha cara e me segurou “não gosta ou não aguenta?” desmontei. Ele estava apelando.
Daí em diante foram longos dois meses em que somente resisti a todas as suas investidas, desde a ir vestido com calça roxa e blusa verde marca-texto a ficar fazendo caras e bocas e me assediando quando estávamos a sós. Teve um dia até que, durante uma dança, ele cravou profundamente o olhar de Zé bonitinho em mim e mordeu sensualmente o braço de uma aluna que, por há muito não ver piroca, ficou toda emocionada, deu pra ver pela calça branca que usava… E eu cheguei até a compor uma música pra ele para compartilhar com meus amigos aquela situação que eu estava passando, uma paródia de “Depois do prazer”, do Alexandre Pires [transcrita no final do conto].
Porém algo muito inusitado me ocorreu, eu passei a sonhar absolutamente todos os dias com ele durante esses dois meses, até em cochilo, aquilo estava de um jeito fora do normal. Em dado dia, resolvi que daria pra ele. Nunca mais sonhei desde então. Promovemos um baile da nossa companhia de dança, e eu estava ajudando ele no som, sentei do lado dele e ele já lançou “tô de pau duro” conduzindo minha mão até seu membro meio lá meio cá. Comecei a tocar uma pra ele, mas nossa distração repercutiu na baixa qualidade do baile, quando notamos já estava há mais de meia hora tocando a música tema dos teletubbies e achamos por bem parar. “vamos lá no carro que vou te comer agora” ele não parava de me desestabilizar. Não fosse a presença do Cássio no baile, ele teria rodado ali mesmo, mas permaneci firme.
Nos dias que se seguiram, passei a devolver todas as suas investidas e percebi que ele tava ficando abalado com aquilo. Tínhamos uma reunião em uma das escolas em que dávamos aula, ainda mais afastada do que a outra e só pudemos ir nós dois. A madeirada era certa. Me depilei inteira, de bigodinho de Hitler a gilete no espesso buço, arranquei a monocelha, dei um jeito nas unhas que antes faziam cosplay de Zé do Caixão e fui na fé.
Assim que entrei no carro, Oscar já me deu um tapão na cara que fez com que minha cabeça fizesse cosplay de Linda Blair no Exorcista e me segurou pelos cabelos bem perto da cara dele “hoje você vai ser minha” pulsei. Comecei a tirar a roupa dele “é assim que você faz com Cássio?” / “Ele gosta?” achei meio pitorescas as perguntas, só emiti alguns ruídos em resposta e prossegui, abri o zíper e já fui logo caindo de boca, o pau não era exatamente aquele pacote de Trakinas de outrora, tava mais pra uma Ana Maria vencida, mas segui, “Você chupa o pau do Cássio assim?” / “O pau dele é maior que o meu?” / “Vai gozar mais no meu pau do que goza no dele?”.
Ignorei, talvez o boquete tivesse uma merda, só isso explicava! E achei melhor sentar naquela estatueta que estava se mostrando muito digna, parecia até um pau de diamante, tamanho o estado de dureza em que se encontrava, mas logo descobri que o motivo não era eu. As referências a Cássio continuaram, até que ele mandou a frase campeã “tô te comendo mas tô pensando no Cássio, que homem, quanta testosterona!”. Parei no ato.
Que porra é essa? Não estava entendendo que tipo de “fantasia” era aquela. Afinal, a fama do Oscar era de ser muito comedor (de mulher!!!!). Vesti a roupa e questionei e ele me revelou que não existem héteros na dança, que ele nutria há muito tempo uma paixão por Cássio, desde a época em que Cássio integrava a companhia e que ele só queria me comer porque eu namorava ele, e toda vez que eu chegava perto, ele sentia na minha pele o cheiro másculo e viril que exalava de Cássio. Oscar ainda tentou continuar depois disso, mas não tinha como.
Mais tarde, depois da nossa reunião, ele veio sem graça dizer que estava brincando e se podíamos tentar de novo, neguei. Perguntou se eu autorizava um ménage com Cassio. Fiquei balançada com a ideia, sempre quis experimentar uma dupla penetração, falei que toparia, mas que só estaria livre só na outra semana. Ele, meio sem graça, respondeu “Desculpe se você entendeu errado, mas queria sua autorização para um ménage entre mim, Cassio e Marciano”. Não tive nem forças para responder, apenas deixei o recinto. O clima entre a gente mudou daí pra frente, até a amizade e o trabalho deram uma desandada. Tive que assumir as turmas dele por um mês, em que ele viajara a trabalho, mas, assim que ele voltou, mudei para outra companhia de dança.
Música (Depois do Prazer – SPC)
Tô fazendo dança com o amigo do Cássio
Mas ele é sem noção
Me assediou… E eu gostei!
Mas ele é sem noção
Me assediou… E eu gostei!
Eu fugi demais, mas minha alma não é boa
Tá tanta pressão que até já homenageei
Tá tanta pressão que até já homenageei
Vou falar que é calor, vou negar ereção
E dizer que meu pinto tá muito quietinho pensando em cecê
Vou tirar selfico, vou limpar com a mão
a verdade é que eu sinto tanto tesãozinho só basta o ver
E dizer que meu pinto tá muito quietinho pensando em cecê
Vou tirar selfico, vou limpar com a mão
a verdade é que eu sinto tanto tesãozinho só basta o ver
E depois que dançou, eu até ensopei
Eu tive que ir embora e o coração só pede pra ele me comer
Já não sei se encoxou e será que eu peidei?
Dá pra ver nessa hora que eu tô fudida e não posso ceder
Eu tive que ir embora e o coração só pede pra ele me comer
Já não sei se encoxou e será que eu peidei?
Dá pra ver nessa hora que eu tô fudida e não posso ceder
Lá dentro da companhia “é tudo” amigo do Cássio
Se eu der mole pro Oscar ele descobre fácil
E quando o candango veio e me pegou no canto
Eu fingi que achei feio mas fiquei “soando” (fiquei suando…)
Se eu der mole pro Oscar ele descobre fácil
E quando o candango veio e me pegou no canto
Eu fingi que achei feio mas fiquei “soando” (fiquei suando…)
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