Eu não atendo telefonemas. Não, não adianta. Interfone, campainha. Mensagens pelos mais variados meios. Nadinha.
Telefonemas são sempre pessoas querendo. Sua atenção, seu tempo, seu corpo, menos você. As pessoas querem tudo de você o tempo todo, menos você. Elas estão na verdade sempre querendo que você adquira algo delas, é isso, é uma venda.
São vendas materiais explícitas nos telefonemas da Oi e da Net, mas também são vendas os telefonemas das pessoas desesperadas por atenção em suas carências emocionais e instintivas. Se aprendi a resolvê-las sozinha, com mãos e arte – e, eventualmente, álcool -, não necessariamente nessa ordem, todos os outros também podem resolver as suas.
Não vai fazer tanta diferença assim eu atender telefonemas. Telefonemas que querem. Que vendem. Suplicantes telefonemas de holofotes e abismos. E que ironicamente descartam seu principal alvo: você.
É só por isso mesmo que não os atendo. Telefonemas são iguais. Eles são todos iguais. Amigos, amores e atendentes de telemarketing.
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