25.9.17

Pau tocad

Já estava três dias em claro sem saber como projetar minha casa no The Sims e resolvi vagar sem rumo pelas vielas do Centro do Rio de Janeiro para espairecer. Mas era dia de manifestação, o que me pegou de surpresa, e resolvi me refugiar em um bar. Fui ao banheiro, que tinha entrada única, ao me virar para entrar, me deparei com Montecchio, saindo.
Inicialmente, avaliando sua beca cock’s play de festa junina, pensei ser um manifestante de humanas, empunhei meu chicote que sempre está na minha bolsa para me proteger do ritmo de vida ameno do hell de janeiro e já lhe desci a saraivada. Mas vi sua tatuagem #bolsolícia2018 no coccix e pisquei. Me desculpei, afinal, sendo ele de direita como eu, sabe que pau e opinião são coisas que mulher não tem.

Ele aceitou as desculpas em troca do meu corpo nu. Expliquei a ele que eu não estava com cabeça pra sexo devido ao problema com o The Sims, ao que ele se mostrou ser o homem perfeito. Era arquiteto e se prontificou a resolver o meu problema. Rezei 1/3 pra encontrar 1/2 de levá-lo pra 1/4. Então o chamei nos meus humildes aposentos e mostrei o projeto. Ele me explicou que os cômodos precisam de portas e janelas, esbanjando seu conhecimento sobre funcionalidade. Fiquei toda molhadinha querendo aquela funcionalidade toda dentro de mim, ah, se ele fosse minha derivada e eu pudesse tangenciar aquelas curvas!
Parti pra uma abordagem mais agressiva. “Montecchio, me chama de projeto pendente que essa noite vou te dar trabalho!” ele puxou o violão e me respondeu com estas doces palavras “forgive me, it’s all that you can’t say…” entendi o recado, desanimada, me despedi. Mas eu não estava pra brincadeira, não, e insisti, juntei todo meu charme de poeteira e fui cravando vários textos meus tentando seduzi-lo intelectualmente, além de mandar fotos de nudez da mulher melancia photoshopadas com a cara da Débora Falabella.
Parece que obtive êxito e ele retornou. Disse que me daria um presente. Era uma planta completa da minha casa no The Sims, tinha até piscina. Tendendo a ele, a função tesão não tinha limite! Não me contive, arriei suas calças e comecei a chupar aquela coluna dórica digníssima. “Vem, meu Alberti, meu DaVinci, acaba com a minha proporção, invade minha igreja romana com essa luz de vitral gótico”, ele parece ter gostado, porque, no ato, respondeu “minha Brunelleschi, que perfeição simétrica de mulher, parece até uma construção árcade”.
Que homem! Empunhou o pauhaus e cravou com tudo em mim. Senti um zeitgeist percorrendo meu corpo inteiro, cada emplacada me deixava completamente arrepiada, nem Zuccari conseguiria recuperar aqueles movimentos involuntários que meu corpo fazia, não haveria maneira. “Ao te refletir, um espelho em si, vira quadro, vira arte, quem quer que tenha projetado fleshlight e as melhores fucking machines não ousou jamais imaginar-te.” ele me disse enquanto puxava meus cabelos rebeldes.
Me virei para ficar por cima e cavalgar em seu cipó de Tarzan, aquele homem despertava o meu lado mais animal e de repente me senti na savana africana, escalando-o de tanto tesão. Ele me fez gozar de me deixar mole (sua especialidade) e, desse dia em diante, nem achar a linha do horizonte poderia devolver a paz que outrora eu tive.

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