25.9.17

Vazio

“Permaneço sem amor, sem luz, sem ar”.
Depois de uma tarde de rock, assistindo a tudo que eu nunca terei, ouvia D’black, porque era aquilo que definia meu sentimento nos últimos meses.
Assisti ao espetáculo da impotência, das mãos atadas, das perdas daquilo que nunca se teve.
Assisti. E assisti ao rebuliço de sentimentos em mim. Apesar de tantos, gritando, me rasgando, em confluência, tudo o que eu era era isso.
Vazio.

Eu já rezei para todos os santos, já me converti a todas as crenças. Já tentei fugir, já tentei correr atrás, já tentei só deixar pra lá. Tentei ignorar coincidências, tentei interpretar como sinais. Tentei apenas não me importar, afastar o pensamento, como se fosse uma névoa possível de se dispersar.
Já tentei ficar com outras pessoas, não consegui, desisti, então só tentei não ficar com nenhuma. Evitar contato humano que pudesse culminar em algo nesse sentido. Tentei pensar em outras coisas, focar o trabalho, já que eu praticamente trabalho em tempo integral, mas até no meu trabalho ele está presente.
Eu pensei em mudar de emprego, de estado, queria. Mas sabia, no fundo, que nada, absolutamente nada adiantaria, a menos que eu conseguisse me mudar de mim.
Eu não sei mais o que eu faço, eu não sei mesmo. Fico me perguntando o tempo todo o que eu fiz para merecer gostar de alguém assim, porque isso só pode ser castigo. Eu desliguei a música. Até ela, tão necessária, agora é vazio. Eu sou integralmente isso, vazio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário