25.9.17

Você vai saber

São confissões, sim, porque são minhas declarações constantes. Elas não são para você, porque elas são você. Aqui. Em mim. Em todo lugar. E você vai saber.
Em uma tradução de livro técnico, em uma orelha de livro que você nunca vai ler, em um artigo acadêmico. Em todo suporte improvável. Se você esbarrar, assim, por acaso, mesmo sem indicação de quem escreveu, você vai saber.

Aquela referência que só você entenderia. Sim, eu fiz. Eu não vou mostrar, eu não sei se você um dia vai se deparar com ela. Pode nunca saber que eu fiz, que está ali. Mas eu fiz, porque fazê-la torna você tangível — com esse sentido mesmo de fronteira. Talvez você a encontre. E você vai saber.
Escrevo do mesmo jeito, correndo saudade como sinapse, trafegando em mim como o sangue; é pulso, sim, o mais vital. Queimando oxigênio em brasa sinuosa. É que minhas linhas sobre você são homeostase. Aqueles sintomas de amor pelo corpo; que você sabe. Só você sabe. De tudo. Você sempre sabe. E quando ler, mais uma e todas as vezes, você vai saber.
Talvez na obviedade do meu blog ou em qualquer lugar em que eu tiver publicado e que você encontrar de repente e sem aviso. São sempre confissões, como seria diferente? É claro que você vai saber.
Você vai saber que, desde o dia em que me disse “eu tô aqui disfarçado”, é sempre você e não poderia ser diferente. Porque você vai saber que, de alguma forma, é amor. Since I’ve been loving you.

Nenhum comentário:

Postar um comentário