Nunca vou entender por que você me procura. Se fosse por sexo talvez fizesse algum sentido, pelo menos é o que dizem.
Sabe aquela história de enquanto você vem com o bolo confeitado, se achando espertão, sou dona de toda a rede de franquias da confeitaria? Tipo rede mundial? Então, é por aí.
É que eu também sei ser cafajeste. Sei muito direitinho, e já fui muito. Só não quero. Mentiras, omissões e vieses são prisões. E eu sou livre. Nada pode comprar minha liberdade.
Mas a gente se reconhece, né? E eu sempre li as pessoas. Sinto seu cheiro desde que te conheci. Desde que te respondi aquela mensagem no dia seguinte, pra ser mais exata. Eu sempre soube, foi um salto consciente.
Me desculpe, mas só consigo sentir enjoo e cansaço de você. Cada vez que aparece com suas máscaras, porque é só isso que você tem pra oferecer aos outros, só sinto mais do mesmo: enjoo e cansaço de você. Das suas "desnecessidades" todas, quando só estou na minha e você vem atrás sei lá por quê.
São muitas coisas. Todas se traduzem em enjoo e cansaço que aumentam de forma irreversível. Em desânimo de clicar nas mensagens que me manda até pra tirar o ícone de notificação.
Cada risada superficial em caps lock, cada áudio da madrugada. Você é sempre tão óbvio.
Cada pensamento pretensamente engajado, cada palavra improvável que usa, cada sentimento descrito "profundafalsamente" sincero nos seus textos, cada música que concilia seus muitos e seus nadas. Óbvio, óbvio, óbvio. Meu Deus, como você consegue com tanta informação, caos, níveis e complexidade ser assim tão plano? Óbvio.
Preguiça, muita preguiça mesmo de você.
É claro que eu também sei ser cafajeste. E poderia fazer isso com você. Te transformar em estatística, que é só o que você é. Mas não vou me dar ao trabalho, porque nem pra isso você serve.
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Originalmente publicado em Sensations.
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