Um ano atrás, uma manhã de sábado bem cedo, coreografei uma música para uma apresentação de pole dance para uma academia grande.
Um ano atrás, ainda de manhã, escrevi a (primeira) versão final de um dos meus principais livros. Estava tão inspirada, que escrevi também um soneto, uma carta e o desfecho da minha dissertação.
Um ano atrás, exatamente, veio a tarde e tive o primeiro lançamento de um autor pela minha editora, sozinha, sem nenhum tipo de parceria, só eu e #GodOnTheComand.
Um ano atrás corri depois do lançamento para ir ao Shopping Tijuca catar presente para dois aniversários, que seriam no mesmo dia. Nunca entreguei o presente do segundo, que nem fui, e por acaso era uma blusa que estou usando agora.
Porque um ano atrás, decidi de última hora ir a uma festa alternativa, mesmo esse tipo de coisa não tendo muito a ver comigo. Essa história toda de festa, entorpecente, confete, madrugadas adolescentes iieeeee.
Um ano atrás, resolvi "beber só essa latinha", o que foi suficiente para eu, fraca que sou, ficar V1D4 L0K4 \,,/.
Um ano atrás, fiz boas histórias que fazem os amigos rir até hoje. É claro que culpo aquela Skol Beats vermelha. E o signo. Ou talvez a Lua.
Um ano atrás, era noite e também madrugada, e eu berrava feliz músicas de fundo do poço, sem senti-las, enquanto competia com um dos meus melhores amigos quem pegava mais "gentes". Eu estava tão ruim que não peguei ninguém, fui pega. Talvez pela festa inteira, é provável. E, óbvio, ninguém conseguiu contar nada.
Um ano atrás, me falaram (não é sujeito indeterminado, foi você quem me disse), dei meu número pra alguém em um pedaço de papel. Eu só me lembro da mordida na bunda e de ter agarrado o Fulano no banheiro imundo. E no dia seguinte desse um ano atrás, só o Facebook desse alguém fez meu coração dar aquele soquinho no peito. E aí eu percebi que alguma coisa já estava ali desde o dia anterior. Aquele mesmo soquinho a cada vez que vejo uma notificação. Uma referência. Ou me vem uma memória quase material.
E, apesar do dia cheio que tive há exatamente um ano, é por causa dessa última parte que eu me lembro e nunca vou me esquecer. Coreografias, textos, lançamentos, situações "rústicas" são excepcionalidades normais. Você, não.
Eu lembro de todos os detalhes daquele dia, um ano atrás, não por eles isoladamente, mas simplesmente porque conheci você. "Um ano tentando". Um ano de escrita compulsiva e enxurrada de textos. Um ano de reconhecimento e saudade. Como seria diferente? Um ano de você.
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