Vocês, todos vocês, que dizem me amar, precisar de mim, se preocupar loucamente comigo, morrerem de saudade o tempo todo. Que até choram na minha frente de tanta falta que sentem de mim. Que me ligam implorando só pra ouvir minha voz. Que mandam mensagens sufocadas pedindo por resposta.
Eu não suporto nenhum de vocês.
Em suas especificidades, odeio todos. Não suporto as exigências da minha presença que me fazem constantemente. Dos meus ouvidos, das minhas respostas, eventualmente da minha pele. Dessas reações químicas loucas que desencadeio em vocês. Vocês amam meu coração supostamente a prêmio.
Vocês só amam o que supõem de mim, que nem sabem, e aquilo que alimenta o ego nojento de cada um de vocês. Mas a mim, não mesmo. Vocês sequer me conhecem.
Porque absolutamente todos vocês são aquém de tudo que sou. Vocês sequer me percebem. Coisa mínima e básica, vocês me amam e precisam tanto de mim e no entanto não consigo nem conversar com nenhum de vocês sobre nada que diga respeito a mim. Porque são idiotas demais, egoístas demais, ausentes demais, seja o que for. É impossível.
Vocês só sabem demandar de mim meu oposto. Sua necessidade de mim só reflete o quanto todos vocês me desconhecem e só querem de mim o que acham que preencho em vocês. Seus vazios e fantasmas pessoais, com que vocês mesmos têm que lidar sozinhos. Nenhum diz respeito a mim, sou somente aquele confete-e-serpentina do disfarce momentâneo, e até entendo o quanto isso é bom e necessário. Mas amar... me poupem.
Enfiem a merda do amor de vocês no cu. Todos vocês. E me esqueçam. Me deixem do único jeito possível que eu me sinto confortável, segura e compreendida. Sozinha. Obrigada.
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