21.12.17

Términos

O que dói mais? Ainda acho que é gostar de alguém, mas ter que romper com essa pessoa.

Há simplesmente demandas que não podemos suprir, nem vamos. Por mais que doa, o mais justo com as expectativas do outro é o rompimento. Relacionamentos humanos são complexos. Às vezes esbarramos com uma pessoa e temos aquela sensação de "é ela". Mesmo que não dure nem uma semana.

Às vezes ficamos meses, anos com alguém. Gostamos, gostamos bem, até. Mas sem ter essa sensação. É impossível você só se envolver com quem te dê essa sensação. Isso é tão raro...

Na prática nos envolvemos inúmeras e reiteradas vezes. De maneiras e com amores diferentes e isso tudo deveria ser mais natural. Deveria, porque na maioria das vezes é assimétrico. Aí vem tudo de ruim que acompanha um relacionamento em desnível: responsabilidade, culpa, às vezes certo pânico e até cansaço do outro.

Mas o outro não tem culpa, nem a gente. E aí vêm os términos dolorosos. O término que às vezes é cuidado. O término que às vezes é justamente por gostar mais do outro do que da sua paixão imediata. Com ela você se resolve, é mais fácil afogá-la em álcool e chocolate do que decepcionar alguém que você gosta no futuro. Gosta, mas sabe que não "é ela".

Mesmo que esse futuro seja distante, mesmo que esse futuro não tenha sido decretado. Essas coisas são meio que imediatas, não se constroem.

Há o rompimento da circunstâncias, também. É quando o amor não basta. Gostar de alguém deveria bastar, mas infelizmente é um microponto no mar infindo das relações humanas. E há coisas que, se não te golpeiam agora, o tempo vai tratar de destituí-las de você. Você simplesmente sabe que é assim que será.

Porque se não for o tempo, você que vai fazer isso, você sabe. Às vezes é melhor nem começar. Mas se já começou, o que resta? Términos, términos com brasas em rastro pelo caminho. Bem ali atrás de você. A ferida ainda aberta, ainda purgando um monte de coisas.

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