Não dá pra chegar assim, pedindo nudes, mostrando a performance toda técnica, os bíceps. Você tem que entender que sexo é mental, e se você quer me comer, antes precisa fazer com que eu queira lamber sua mente e não seu abdômen rachado, seu cabelo bem cortado, suas tatuagens estratégicas.
Guarda seus títulos, prêmios e curtidas no Instagram. Seus músculos e seus pôsteres autografados. Seus bons contatos e sua dieta impecável.
Eu gosto é da assimetria, do jeito que fala meu nome, daquela pochete de chope, de não prender o choro inesperado, das fragilidades escondidas. Vem com esse cabelo bagunçado mesmo, que você nem penteou hoje, que você me leva fácil.
Traz seus 1,87m e me joga nas suas linhas, rasga minhas reservas, arranca o que inspira minhas metáforas, me deixa encharcada com seus segredos, mastiga minhas convicções, morde meus escrúpulos.
Joga na minha cara seus defeitos escondidos, me arregaça toda com as coisas que nunca disse pra ninguém, enche minha boca com esse passado que te condena.
Fode com força, vem… com a minha lógica cartesiana. Me fode com as coisas que você escreve, com seu jeito de ver o mundo, com seus áudios da madrugada, com nossas entrelinhas compartilhadas. Fode tudo o que eu sempre acreditei, bagunça mesmo tudo o que eu sou, me revira.
Me fode escrevendo junto comigo e lendo minha mente, me fode com sua sensibilidade, me fode me escrevendo, me lendo, me reinterpretando. Me deixa sem fôlego nenhum até o ponto-final. E que até ele seja fim de um novo começo.
Vem, fode com força… minha mente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário