20.5.18

Não dá pra ser 2 quando a gente não tem direção

Você precisa entender que eu nunca teria te dispensado. É que às vezes a gente não consegue ser suficiente nem pra gente mesmo.

Parece falta de vontade, frieza, chame como for. Seu coração partido te leva a dar nomes terríveis para esse tipo de coisa. Mas é preciso enxergar além da aparência de mensagens com respostas demoradas e telefonemas com certo atraso em relação a quando você queria que tivessem tocado.

Eu achei melhor me afastar. Você parecia tão pronta, toda embalada e selada na minha mão, enquanto minhas mãos eram poeira. Eu não era propriamente essas válvulas propulsoras que você parecia esperar – ou pelo menos desejar – de mim.

Às vezes é mais fácil se afastar, sufocar um sentimento ou até mesmo fingir que nunca existiu do que lidar com essas situações, que nos confrontam de um jeito que não podemos naquela hora. Está além de vontades, entende? É toda uma rede intricada de coisas minhas,  que nada dizem respeito a você. Que não têm que dizer respeito a você. E quando você vem, querendo se jogar nela… Bem, ela se rompe.

E nem eu estou sabendo achar os fios dela agora. Acho que ainda estou tentando tecê-la, aliás, como um leve alinhavo que muito facilmente se desfaz.

Se eu pudesse, te pediria pra esperar. Isso parece uma puta de uma cafajestagem, não é? Mandar na lata um “me espera porque sei que um dia vai acontecer e essa sintonia vai nos transformar em uma espécie dessas coisas que unem as pessoas e fazem as duas serem chamadas por um único substantivo”. Foi por isso que eu não fiz.

Eu não sei se o que escolhi foi o melhor, nem se aquele “se tudo fosse diferente” teria sido bom. Mas pelo menos não precisei te envolver – mais – nessas redes que, se pudesse, nem eu gostaria de estar. Vá em paz, seja feliz. Sempre foi meu único desejo, mesmo que minha consciência desde cedo tivesse me avisado que eu dificilmente faria parte disso.

Com meus arrependimentos e minhas dores, depois lido eu. Não são nenhuma novidade.

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