7.7.18

Tem coisa pra comer aqui?

Quando conheci Valentina, perdi o ar. Tinha um cecê tão intenso que tive que prender a respiração por severos minutos. Mas como as pizzas suvacais não eram as únicas, também havia de estrogonofe de camarão com rabada, resisti firmemente.

Comedor que sou, não ia dispensar aquele material todo por um mero detalhe que qualquer banho de sal grosso com três ave-marias e creolina daria jeito.

Logo estreitamos contato e passamos a viver as mais altas aventuras alucinantes juntos, dignas de Sessão da Tarde. Muito descoladões, decidimos que seria de bom-tom revirar as boates de suingue da cidade, já que nem eu nem ela éramos locais de onde estávamos morando, e tudo tinha aquele cheiro pueril de novidade.

Mal adentramos o recinto, eu ainda fazendo o cadastro, Valentina já mostrou logo a que veio:

- Tem alguma coisa pra comer aqui? - disse serena.

Duas donzelas e seis rapazes rapidamente prostraram-se de quatro na frente dela, dando seta de cu. Mesmo parafílica, obesa 3 toda vida, desprezou, dizendo que a comida a que se referia era literal. Desse tipo não tinha, todos no ambiente se sentiram ultrajados com a desfeita, Valentina desculpou-se e prometeu se redimir mais tarde, mostrando o avantajadíssimo cintaralho que levara consigo.

Rumamos para um inferninho nos arredores para comer - no sentido alimento - e depois voltamos para a boate.

Era tudo muito família. Valentina abordou umas cinco meninas que dançavam nuas se esfregando umas nas outras pra perguntar se os pais sabiam que estavam ali, pois ainda estavam com aparelhos nos dentes. Elas faziam várias coreografias juntas das músicas famosas na época, denunciando as longas horas passadas juntas treinando e comendo farinha láctea com leite ninho.

Fomos para o dark room buscar alguma ação, não havia, os presentes entoavam cânticos sibilantes e faziam um amigo oculto, outros, mais ao fundo, brincavam de passa anel. Duas strippers passaram, um frequentador chapou a mão naquela raba gigantesca da primeira, ao que ela gritou: "Não pode tocar nas meninas!" A stripper de trás, que não devia conhecer as regras, rapidamente se levantou e parou o boquete que fazia em três frequentadores simultaneamente, fingindo que nada acontecia.

Tempos depois, a namorada do produtor veio se assanhando com Valentina, como tive uma criação rigorosa dentro dos preceitos cristãos, ameaçado com açoite e estátuas aterrorizantes de Jesus Cristo feito de pele e cabelos humanos, logo fiz o bom samaritano e já fui dando apoio às meninas, ora apoiava nos peitos, ora nas bundas. Falei com a cidadã que Valentina e eu éramos um casal de namorados muito ciumento e cabeça fechada, e só íamos tolerar aquilo se ela me desse a noite toda. Valentina endossou o papo, e fiquei traçando a namorada do cara, que gozava rios com minhas táticas de tantra, enquanto Valentina enchia a cara de Ciroc.

Fraca e com aquele clima que trapaceia com bêbados acostumados a climas úmidos, Valentina mal sabia seu nome quando a convidaram ao palco para dar um show. Era para ser erótico, mas naquela condição o único show possível era cosplay da menina do exorcista vomitando em todos os presentes. Até que combinou com a revirada de olhos que a namorada do produtor deu na minha jeba devido ao meu talento, bateu um vento e nunca mais voltou pro lugar.

Como a galera também era dada ao fetiche, as meninas foram muito ovacionadas. Logo ao amanhecer, chegando em casa, aproveitamos para comprar pão e suco de laranja e socializar com o pai de família das redondezas. Ele ficou muito feliz com a gentileza. Não do café da manhã, mas de poder secar a afamada raba de Valentina de perto.

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