Houve uma festa.
Nós estávamos nela, é claro. Nós estávamos exatamente na mesma parte do bar, aliás, que é tudo menos grande. Mas não nos encontramos.
Você se pegava em novos ares. Eu tentava renovar os antigos.
Houve motivos, depois.
Motivos que nos levaram a outra festa. Outro dia, outro mês. No mesmo lugar. Você precisava trabalhar; eu, me livrar um pouco desse excesso. Coincidentes opostos no mesmo copo.
Houve muito mais coisas, então.
Coisas que fazem uma avessa ao fatalismo como eu acreditar um pouco em destino. A tal história da hora, do lugar, do momento. Tudo isso nos enlaçou perfeitamente, como se tivéssemos planejado.
Nós fomos esse tipo de encontro tácito. Do estalo, do eureka, do arco-íris na bolha de sabão.
Quantas vidas se passaram? E, no entanto, depois de vendavais, terremotos, devastações e ressacas... nós ficamos.
Eu vi você sorrir do outro lado da rua; eu acenei.
É, há coisas para as quais nós nunca vamos embora de verdade.
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