Show de blues e esse parque gigante referência da cidade. Do país, arrisco dizer. Tudo o que eu queria agora era um cigarro e você.
Como não posso ter nenhum dos dois, me contento com a long neck servindo de símbolo fálico. Com a tal história de ver o lado bom das coisas, que é de fato muito bom e que são de fato muitas coisas, daquele tipo que a gente, acostumado a se menosprezar e anular e castrar, nunca imagina espera muito menos acha que merece. Mas e daí?
Nada muda o fato de que não é você.
Solo cheio de firula e comoção, mãos pra cima em catarse, clima gostoso de prenúncio de verão e a cerveja que milagrosamente ainda tá gelada, mesmo após o hiato em que me perdi nesses devaneios.
Mas não é você.
Nos meus pensamentos, a gente tá aqui. E eu te imagino e te conserto, como disseram. Te tiro em um segundo desses não sei quantos km de distância, que não preciso falar ao certo, colocar teu RG aqui ou teu sapato 41, você sabe muito bem que tô falando de você.
Te tiro desses outros laços, pra gente se embolar na grama, no meio da muvuca, como se nada disso existisse. De certa forma, não existe mesmo.
Você comenta sedento algo sobre minha bunda enorme, eu, sobre seu pau gigante. E a gente fica rindo feito bobo, se sentindo meio ridículo, mas em êxtase demais pra se importar.
A gente sabe o motivo. É mergulharmos e nos encharcarmos um do outro. Outra vez.
Esse filho da puta que esbarra em mim me coloca de novo aqui. Dores no calcanhar e obrigações de socialização. A baixa do álcool na corrente sanguínea não deixa muito espaço pro copo meio cheio. Olho em volta em falsa aceitação.
Não, não é você. Claro que não.
Te parafraseio, como em tantas vezes. Agora, palavras que não foram dedicadas pra mim, mas isso faz alguma diferença?
Eu queria que você estivesse aqui.
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