24.4.20

Cheiro doce que gruda

19/12, e esse frio cinza de São Paulo.

Encosto na varanda com uma caneca de café, desses aromatizados com uma fruta exótica colhida dos recônditos de qualquer lugar longe. Sempre é de muito longe.

O cheiro adocicado que sobe do café não é dele, é seu.

Seu, do dia em que nos sentamos molhados de chuva embaixo de uma marquise no Eixo, e o cheiro do café do vizinho era a única coisa que esquentava.


Seu, do dia desiludida no hotel, que atendi de mau humor a uma suposta camareira, mas era você.

Eu sei muito bem por que esse interfone insistente não prenuncia que você vai se materializar aqui pra mim agora.

É verão, e eu tô de calça.

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