23.5.20

No tudo ou nada, o desfecho era óbvio

Eu nunca acreditei em nós dois. E você sempre soube disso, não tenho por que fazer rodeios.

Nós já tínhamos deixado acontecer muito além do que minha sanidade resistiria, então não tive muita escolha quando você quis pagar pra ver, me colocou contra a parede e era tudo ou nada, mergulha ou vai embora, assim desse jeito.

Sem nem colocar os pés na água antes pra dar aquela testadinha, a mínima segurança de saber onde estamos pisando.


Eu fui. Eu me joguei. Aposta cega, tiro no escuro, o pulo do precipício. Era tudo ou nada e sempre achei que nós dois merecíamos uma puta chance, e não ia dar pra trás, por mais que o medo dentro de mim queimasse e tudo me alertasse do cruel destino à minha frente.

Então você veio.

Como chuva de verão, que você só sente quando despenca e te encharca inteiro, sem nem dar tempo de procurar marquise, você me invadiu, conquistou território, dominou a porra toda.

E você foi embora do mesmo jeito.

Agora estou aqui. Alagada de você, roupa pingando, maquiagem borrada, cabelo sem vida. Sem ter onde e como me refugiar. Sentindo frio. Sozinha. Com meus sonhos, coração, alma e planos pisoteados feito lama pelo chão.

No tudo ou nada, o desfecho era óbvio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário