Sim, esse texto é sobre você

Sim, esse texto é sobre você.

Toca Roxette. Mas eu não preciso da melodia mascando minha mente feito chiclete pra eu arrepiar dos pés à cabeça com a sensação de você.

É isso. Há muito tempo você já não é mais só pensamento, é sensação que fez raiz dentro de mim.

Todas as músicas agora falam de mim. De nós. Da porra do seu bairro.

Debochando da ilusão de que poucos meses diluem sentimento. De que o bunker de guerra que construí te expurgou de mim, quando tudo o que fez foi me aprisionar mais nos meandros do teu jeito.

Dá pra não sentir falta?

De você dizendo que eu me vendo bem, de você ironizando a letra da música, de você implicando que trouxe a calça que eu gostei.

Do seu jeito.

De fazer perguntas indiretas pra saber o que você quer.

Da sua sensibilidade de ler o mundo e as pessoas.

Do cuidado que você tem de ir conhecendo bem as coisas antes de dar um passo.

Da sua curiosidade pelo mundo, da sua coragem de experimentar o mundo (viver precisa de coragem, e eu amo o quanto você transborda isso a ponto de me fazer sentir, do seu lado, que qualquer coisa é boa e possível).

Da mistura entre barreiras e transparência de alma, nos seus olhos de tempestade.

De você afundando o rosto no meu pescoço no final da nossa música preferida e me apertando mais forte. Cedendo a mim. Cedendo a nós. Cedendo a você mesmo.

Dos seus dedos correndo com a leveza de quem não precisa ter pressa e conhece o caminho, porque o caminho é você que faz. No teu toque, porque é teu.

Caralho. Dá pra não sentir falta???

De você.

De quando era óbvio que a única opção era eu segurar sua mão e dançarmos. No meio do bar, no meio da Paulista, no meio do baile, no meio do seu quarto, no meio da minha sala. De quando era óbvio que nós dois juntos só daríamos as mãos e dominaríamos o mundo.

Se fosse o tesão, mas é o toque. Se fosse a beleza, mas são tuas expressões. Se fosse só a conversa, mas é a porra da tua personalidade. Se fosse o desejo, o encanto, o orgulho. Talvez você sequer tivesse ficado. Mas você ficou. Porque, antes e depois, no princípio e no fim, é amor.

This silly game of love you play, you win only to lose.