Se quer mesmo saber, teu cheiro ainda está aqui, canta Theodoro Nagô revolvendo lembranças que ainda exalam da pele.
Exalam do ar do apartamento de fundos, exalam do colchão já nostálgico, exalam dos meus poros irreplegíveis. E não falo do cheiro do teu perfume, embora igualmente penetrante, mas da tua pele. Teu cheiro fazendo precipitar no meu palato também o teu gosto.
Me desce queimando a garganta e me preenche, como se de alheio e intruso tivesse então se mesclado, correndo sinapses e riscando a pele por dentro, constitutivo.
Acendo o incenso forte, medito buscando direcionar a mente, o caminho natural e óbvio.
Não hoje.
Hoje me distrai fácil a atmosfera de você.