Sentir. Muito sentir. E, a isso, equiparada a ciência do quanto não se pode. Por que é tão bom pular no abismo, se a queda certeira e todas as sequelas são tão sabidas?
A gente se ilude de que doem os quase amores - com seu bônus reforçador das brechas do que não foi e dos espaços sedutores da fantasia -, mas como seriam estes piores do que os refreados pela própria consciência?
Nós dois e a certeza há muito internalizada, por teoria - por profissão, inclusive, no teu caso - e por vivência, da ativação do abismo.
E darmos as mãos conforta, arranca o peso do peito que até então nós, anestesiados, não nos dávamos conta de que existia. Mas dilacera o dobro do que as soltarmos.
Dilacera agora e pelo vislumbre dessa estrada, que a nós é conhecida; em outros passos, trilhada, aqueles rastros do impossível.
Há situações em que simplesmente não existe controle possível além do afastamento - que, como estreita saída, só denota o intrínseco descontrole.
Nós dois, a certeza essencializadora, compartilhada, do laço inevitável, que, óbvio, é também o epítome perfeito da cisão.
Ouço aquela música, tão tua. Seu cheiro me vem, de dentro de mim. Madrugadas insones, encharcadas de você, não deveriam flertar tão profundamente com a melancolia.
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