Sexta-feira, e eu ficando no escritório mais do que deveria não é novidade. A minha sala é o único ponto de luz na escuridão das pessoas que já correram para seus finais de semana.
No mar do breu, alguém bate à minha porta.
Elizabeth. Elizabeth?!
Trazia um fardo de Dunkel, uma referência a todos aqueles nossos momentos regados à cerveja preferida dela.
Vinha diferente. O humor como uma roupa que escolhia de forma leviana do armário. Eu, um mero espectador de seus artifícios.
Suspendeu minha respiração só pela forma como chegou, o ímpeto das decisões irrevogáveis. O cenário era dela. Eu, meu escritório, a cidade lá fora.
Você vai jogar as coisas da minha mesa no chão e me possuir, tipo filme?, perguntei.
Me sorriu suas devassidões mal contidas pelas paredes e me beijou. Tirou o vestido, até o tempo tinha se encolhido atônito: não usava nada por baixo. Puxei Elizabeth pro meu colo.
O roçar do tapete de couro, o suor e as luzes da cidade pela janela inteiriça. Multidões se chocam nas horas esquecidas entre seus lábios.
Ah, Elizabeth, se você viesse arbitrar no meu mundo.
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