Elizabeth e eu nunca trocamos contato.
Pode ser estranho pensar em como a gente se achou depois em uma cidade grande, morando cada um de lado, nada em comum na rotina.
Mas, como a própria diz, se não fosse estranho não seríamos nós, então todas as estranhezas eram nossa única realidade possível.
Fui jogar boliche com um cliente, sorriso social e técnica nenhuma, eu detestava.
Na saída, puto pelo contrato não fechado e o cheiro de cigarro na roupa em vão, a amassada na lateral do meu carro que algum descompensado deu, ela.
Elizabeth, o patchwork de conflitos que passou a apaziguar minhas guerras e que facilmente realinharia os chakras do mundo.
Chegando de bicicleta. Tinha saído para pedalar sozinha, no meio da madrugada. Cabelos desgrenhados se soltando de um rabo de cavalo baixo.
Você mora aqui??
Stalk online não basta pra você? Você deve ter mais problemas do que imagino, implicou, mas parecia desejar que aquelas palavras revelassem meus motivos.
Com certeza tenho muitos, mas não por isso. Foi uma conversa rápida, a surpresa daquele acaso tinha me deixado atônito demais para qualquer coisa.
Despedida desajeitada, muitas mãos e pouco contato. Partida insossa.
Não havia espaço para magia. Afinal, era terça-feira.
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