22.2.22

Volições de Colombina

Era ela quem trazia o mar na boca 
de vontades confessas, mas ocultas
encantos em contos que não assina 
pois ter único papel é raso e pouco 
quando se é meio Pierrete
e também meio Arlequina 

Era ela quem trazia o mar na boca
o sotaque inconfundível 
de onda arrastando na regressão
e o rompimento chiado da espuma 
até cessar-se no ar… 
diz, simulado e malandro
o meu nome, vem
e balança e me balança 

Era ela quem trazia o mar na boca
e seus beijos, banhos de descarrego

de onde bebi e bebi
até descobrir que essa água 
só quer me dar mais sede…



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Texto de @umreticente

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