Olho a caixinha de música agora vazia, sons intermitentes. Assim, sem Elizabeth em seus gracejos, nada mais me toca.
Há muitos sons sequenciados, não há mais música. Há muitas informações ao redor, nenhuma mensagem. Não há mais conforto na temperatura da água, não há mais graça em ser pego em flagrante nos meus percalços.
De repente os móveis, as paredes, aquele sótão mal visitado, a gaita então inanimada no canto. Tudo eram só objetos, esvaziados de suas intenções.
Volto a mexer o café as vezes contadas para cada lado, a dar o uso original às partes da casa, a cozinhar de forma improvisada. Sequer um saleiro ou pitada de tempero: toda a insipidez da ausência dela.
O que mais lacera não é a necessidade já feita crônica-patológica de concretude. Mas a incapacidade de me saber, em qualquer coisa, que não seja Elizabeth.
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