Os últimos dias foram ordinários, no sentido Nelson Rodrigues (ou "cumpade" Washington) mesmo. As roupas no chão lembrando nós dois.
Foi só um desleixo, que tingi com justificativas de vida corrida.
E então ali está, me encarando, quase inquirindo, o mesmo vestido amarelo que você quase rasgou da última vez.
Se eu tivesse aí já tinha arrancado, foi o que me fez cruzar de moto essa maldita serra que nos separa. Às 4h. Banalidades pra quem anda insone. Nem tão banais pra quem não se mexe muito em geral.
E lá estávamos. Bocas cativas, suores sedentos. Cheiros tão inconfessos. Suas mãos cindindo minha pele.
Pode ter certeza, o que mais fode minha mente nesse teu corpo infame são as mãos.
26.2.19
20.2.19
Desejo
Desejo primeiro que você tenha fé.
No que quer que seja, porque isso pouco importa. O que realmente te desejo é que você acredite e, no que acreditar, que lute por isso.
Eu desejo também que você seja grato.
Mas não essa besteira de "saber agradecer", não é isso. Eu desejo que você se sinta grato. Que se sinta satisfeito, que se sinta pleno. Que sinta que está exatamente onde deveria, e queria, estar. Grato pelas pessoas que te cercam, grato pelo cotidiano que te envolve.
Desejo que tudo isso te satisfaça a nível de alma. Porque satisfazer o corpo ou a mente é fácil, mas a alma é difícil. Principalmente pra pessoas tão complexas, cheias de nuances e camadas, como você.
E desejo que, no caminho, você tenha problemas. Não, não desejo mesmo que a vida te livre deles, eu nunca desejaria isso a você. Porque são os problemas que nos fazem saber que somos capazes naqueles momentos em que duvidamos. Mas desejo também que o amargor que eles deixam seja somente retrogosto, porque é importante lembrar, e nunca superfície, porque manter a leveza é essencial.
No que quer que seja, porque isso pouco importa. O que realmente te desejo é que você acredite e, no que acreditar, que lute por isso.
Eu desejo também que você seja grato.
Mas não essa besteira de "saber agradecer", não é isso. Eu desejo que você se sinta grato. Que se sinta satisfeito, que se sinta pleno. Que sinta que está exatamente onde deveria, e queria, estar. Grato pelas pessoas que te cercam, grato pelo cotidiano que te envolve.
Desejo que tudo isso te satisfaça a nível de alma. Porque satisfazer o corpo ou a mente é fácil, mas a alma é difícil. Principalmente pra pessoas tão complexas, cheias de nuances e camadas, como você.
E desejo que, no caminho, você tenha problemas. Não, não desejo mesmo que a vida te livre deles, eu nunca desejaria isso a você. Porque são os problemas que nos fazem saber que somos capazes naqueles momentos em que duvidamos. Mas desejo também que o amargor que eles deixam seja somente retrogosto, porque é importante lembrar, e nunca superfície, porque manter a leveza é essencial.
8.2.19
Imanência
Deep Purple sempre me lembra você.
E não é por ser uma das suas preferidas, claro que não. Nem pelas conversas em bares com fundo musical óbvio e conversas que vão desde passas ao rum ser um absurdo ao índice da Nasdaq de semana passada, mais ainda.
É metade a coisa antiquada, mas com ares de libertação, tão caros ao novo, ao imediato e a tudo o que a gente respira por aí.
Controvérsias dos nossos muitos eus em mutação disputando nosso pódio.
E metade aquela coisa do falsete largado no ar, como se não tivesse desfecho, que simplesmente se dissolve.
E não é por ser uma das suas preferidas, claro que não. Nem pelas conversas em bares com fundo musical óbvio e conversas que vão desde passas ao rum ser um absurdo ao índice da Nasdaq de semana passada, mais ainda.
É metade a coisa antiquada, mas com ares de libertação, tão caros ao novo, ao imediato e a tudo o que a gente respira por aí.
Controvérsias dos nossos muitos eus em mutação disputando nosso pódio.
E metade aquela coisa do falsete largado no ar, como se não tivesse desfecho, que simplesmente se dissolve.
5.2.19
Continuum
Houve uma festa.
Nós estávamos nela, é claro. Nós estávamos exatamente na mesma parte do bar, aliás, que é tudo menos grande. Mas não nos encontramos.
Você se pegava em novos ares. Eu tentava renovar os antigos.
Houve motivos, depois.
Motivos que nos levaram a outra festa. Outro dia, outro mês. No mesmo lugar. Você precisava trabalhar; eu, me livrar um pouco desse excesso. Coincidentes opostos no mesmo copo.
Houve muito mais coisas, então.
Nós estávamos nela, é claro. Nós estávamos exatamente na mesma parte do bar, aliás, que é tudo menos grande. Mas não nos encontramos.
Você se pegava em novos ares. Eu tentava renovar os antigos.
Houve motivos, depois.
Motivos que nos levaram a outra festa. Outro dia, outro mês. No mesmo lugar. Você precisava trabalhar; eu, me livrar um pouco desse excesso. Coincidentes opostos no mesmo copo.
Houve muito mais coisas, então.
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